Empresário de Araçatuba é detido pela Polícia Civil em operação que investiga o Comando Vermelho

Quarta, 11 Novembro 2020 08:28

Um empresário de Araçatuba foi detido na manhã desta quinta-feira (15), durante a Operação Link, desencadeada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro contra o braço financeiro do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico do estado. Ele foi detido após cumprimento de mandados de busca em seu apartamento e também no estabelecimento comercial.

A reportagem da Folha da Região apurou que a ação em Araçatuba foi de equipes que vieram do Rio de Janeiro, e contou com apoio do GOE/Deic (Grupo de Operações Especiais da Divisão Especializada em Investigações Criminais).

As equipes cumpriram mandado de busca no apartamento do empresário, na rua Carlos Gomes, e outro no estacionamento de veículos do investigado.

A ação foi às 6h30, e o empresário foi detido e levado à CPJ (Central de Polícia Judiciária). Após ser interrogado por policiais civis do Rio de Janeiro ele foi liberado.

A operação

Conforme informações do portal G1, a Polícia Civil do Rio de Janeiro desencadeou a Operação Link, contra o braço financeiro do Comando Vermelho, que em três anos movimentou R$ 20 milhões.

No total foram cumpridos oito mandados de prisão e 30 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 12 milhões nas contas de suspeitos, e o sequestro de bens.

“A intenção da Polícia Civil é descapitalizar a maior facção criminosa do Rio de Janeiro”, diz o delegado Leonardo Borges, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro, que coordenou as equipes durante a operação.

Segundo as investigações, o dinheiro decorrente da venda de drogas era depositado em espécie em agências bancárias — muitas dentro das próprias favelas dominadas pelo Comando Vermelho — em “contas de passagem”.

Os depósitos variavam de R$ 2 mil a até R$ 80 mil e eram feitos por moradores de comunidades de Japeri, São Gonçalo, Cabo Frio e Volta Redonda, obrigados a participar do esquema. Em seguida, o dinheiro era repassado para suspeitos de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A polícia informou ainda que a renda dos envolvidos é incompatível com a quantia que eles movimentavam.

O dinheiro era lavado por meio de empresas de fachada. “Existem metodologias de lavagem de dinheiro com o uso de empresas de fachada, com o uso de laranjas, empresas que não têm estrutura para justificar o volume de dinheiro. Elas são abertas e fechadas em curtos períodos de tempo. Isso tudo está sendo constatado no nosso trabalho de investigação”, disse o delegado.

 

FONTE: FOLHA DA REGIÃO

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