O secretário de Saúde Marcelo Gimenez disse que a prefeitura já trabalhava com esses números.

“Na verdade, os números foram atualizados no sistema e já vínhamos trabalhando com esse total. As unidades já estavam absorvendo a demanda, fizemos uma avaliação de fluxo de público hoje (sexta-feira), e já foi menor. Na própria UPA com carga excessiva hoje já diminuiu, então continua a mesma estratégia”, afirma. 

Nos postos de saúde, o movimento de pessoas com sintomas da dengue está baixo. Durante uma hora, na UBS da Vila Mineira, bairro com maior número de casos positivos, apenas uma pessoa apareceu para coletar sangue, para medir a quantidade de plaquetas, procedimentos feitos durante o tratamento. Na sala de espera da UBS, cadeiras vazias.

“Dos casos que tiveram na cidade, nos postos estão vindo poucas pessoas. O movimento está bem devagar”, afirma a técnica de laboratório Andrea Navarro.

A explicação para o pouco movimento na UBS está UPA. Os pacientes têm preferido buscar ajuda na unidade onde o movimento aumentou 25% nas últimas semanas por causa do avanço da dengue.

O número de atendimentos saltou de nove para 12 mil pessoas por mês. Situação que complica também o atendimento de pacientes com outras doenças e que precisam ser internados.

A demora para transferir os pacientes da UPA para Santa Casa ocorre porque todos leitos do SUS estão ocupados. Para tentar atender a demanda, o hospital começou a internar esses pacientes até na ala cirúrgica do hospital.

“Tem a fila na UPA, aguardando as internações e a Santa Casa dentro da capacidade está atendendo e internando o paciente para amenizar o sofrimento”, diz o superintendente da Santa Casa Sérgio da Silva.

Só com dengue, já ficaram internadas no hospital em janeiro 40 pessoas. Seis delas com o tipo hemorrágico. A cidade vive uma epidemia da doença e já registrou 986 casos só nesses 25 primeiros dias do ano e mais de 2,6 mil casos nos últimos três meses.

A recomendação da Secretaria de Saúde é para que em casos de sintomas da dengue os pacientes procurem as UBS’s para desafogar a UPA.

“As unidades básicas têm estrutura para hidratação, medicação, e mais rápido, porque tem uma divisão da demanda, com três unidades básicas, ela vai esperar menos, com uma qualidade melhor no atendimento”, afirma o coordenador Demilson Cordeiro.